sexta-feira, 6 de julho de 2012

A Pândega do Pônei- Cap. 2

 Capítulo 2


A festa de aniversário


No dia do meu aniversário, a Srta. Puddle e as outras crianças tinham planejado uma festinha para mim.
O orfanato Sol Sorridente ficava localizado em uma pequena casa térrea, pintada de branco, com um grande gramado verdejante atrás.
Quando saí para o jardim(ou gramado, chame como quiser) o que me esperava era a festa de anivesário perfeita. O quintal(ou jardim, ou gramado) estava cheio das pessoas que eu amava, e também de pôneis!Todos sabiam que eu adorava pôneis, mas eu nunca esperaria algo assim.Uma mesinha de plástico  segurava um grande bolo de chocolate com cobertura cor de rosa, e vários balões com rostos sorridentes desenhados estavam espalhados por ali, sempre amarrados á algum lugar, claro.
- Para o seu aniversário, Laurie - disse a Srta. Puddle - Alugamos esses pôneis e vamos fazer um concurso para arrumá-los e ver quem faz o pônei mais bonito!
  Começei a pular de empolgação, e logo escolhi um pônei castanho, muito bonito, para arrumar com meus irmãos. Talvez vocês achem que esse é um comportamento um pouco infantil para uma garota de 14 anos, mas acontece que quando eu vejo pôneis eu mudo completamente. Fico alegre, pulante e desesperada para tocar neles.
  Vi as outras crianças escolhendo outros pôneis, e  até mesmo a governanta escolheu um pônei para arrumar, junto com Rabujus, o velho jardineiro.
   Rabujus era um velho com orelhas enormes, uma barba desgrenhada e uma cabeça completamente careca. Apesar de ele ser meio rabugento( como diz o nome), eu sabia que por trás daquela cara ele tinha um grande coração, e as vezes eu conversava com ele.
   Terminei de trançar o cabelo do pônei e enfeitá-lo com presilhas cor de rosa bem no momento em que o tempo acabou.
    - Crianças! O tempo acabou. Agora decidiremos quem arrumou melhor seu pônei.
   Infelizmente eu, Larry e Linda não ganhamos, e sim duas gêmeas que também moravam no Sol Sorridente, Betty e Julieta. Não fiquei chateada.
     - Hora de cortar o bolo! - eu falei, e todos se reuniram em expectativa. Cortei o bolo e começei a distribuir os pedaços.
    Nos esparramamos pelo gramado, cada um com um pedaço de bolo em seu pratinho de plástico.  Era mais um dia perfeito, ainda mais perfeito que os outros.
     - Eu quero andar no pônei! - choramingou Larry - Eu quero, eu quero, eu quero!
     - Bom, e por que não? - falou a Srta. Puddle. - Mas como não tem pônei pra todo mundo, vocês vão ter que se revezar andando neles.
   Deixar meus irmãos montarem sozinhos num pônei? De jeito nenhum! Eles podiam cair e se machucar. Coloquei Linda e Larry no pônei castanho e montei junto com eles. Por sorte o animal era forte o suficiente para aguentar nós três. Eu pretendia dar umas voltas no gramado, mas o pônei tinha outros planos. Ele começou a correr em direção do bosque que circundava a casa e se estendia até muito mais longe.
   Pude ouvir os gritos da governanta, enquanto entrávamos mais e mais fundo no bosque, o pônei não parava de correr. Até que por fim ele parou em uma clareira. Desci e tirei meus irmãos de cima dele, pensando na longa caminhada que teria que fazer de volta para casa.
  Só então percebi que havia um homem de chapéu coco e sobretudo comprido parado ali.
   - Esse pônei - ele falou - não trouxe vocês aqui por acaso. Vocês foram recrutados por C.S.C. È o único jeito de mantê-los seguros. Venham comigo. Explicarei tudo depois.
   -  Espere! Nós não vamos com você até sabermos quem você é e do que está falando.- eu disse.
   - Vamos! Eles estão vindo - falou o homem, parecendo ansioso e com pressa. Pude ouvir passos se aproximando.
   - Não se preocupe. São apenas a Srta. Puddle e Rabujus.
   - Não, não são. Nós precisamos sair daqui agora!
  O homem pegou minha mão e correu. Corri atrás dele, sem ter escolha, com Linda no colo e puxando Larry pela outra mão. Afinal, quem era ele? E quem poderia estar atrás de nós? Por que nós não estávamos seguros no Sol Sorridente? E o mais importante: o que era C.S.C?
   Me perguntei se teria feito a escolha errada, para mim e para os meus irmãos, confiando naquele homem. Antes que pudesse pensar em mais alguma pergunta sem resposta, irrompemos na claridade, saindo do bosque. Na estrada de terra poeirenta, nos esperava um carro preto.
  
Nota: Essa história se passa pouco tempo depois da cisão de C.S.C, quando ela se dividiu no ladro nobre e no lado vilanesco.
  



  

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